segunda-feira, 28 de março de 2011

Atrasos no Pagamento do Leite por parte do Governo do Estado Quebram a Atividade Leiteira no RN.

O Governo do Estado Ainda Não Conseguiu Estabelecer Um Calendário de Pagamento de Leite Aos Produtores.
 A Instabilidade no Pagamento do Leite, Desestrutura as Propriedades Rurais do RN.
                           A Atividade leiteira, organizada era praticamente inexistente há 20 anos.  A atividade leiteira potiguar cresceu se estagnou e agora começa a perder mercado. A observação é do presidente do Sindicato dos Produtores de Leite, Carne e Derivados (Sinproleite), Lirani Dantas. O Rio Grande do Norte já chegou a ter o melhor preço do Brasil (preço competitivo e lucrativo). Hoje,  acompanha a média nacional (preço baixo e nada lucrativo). O setor avançou nos últimos dez anos, resultado da implantação da cadeia produtiva, impulsionada pelo Programa do Leite, do governo estadual. A produção anual subiu 140%, passando de 91,25 milhões em 2000 para 219 milhões em 2010; a produtividade por vaca dobrou nos últimos dez anos e o número de usinas fornecedoras de leite cresceu 1.200%, passando de duas em 2000 para 26 em 2010.


 A Pequeno Produtor Rural do RN Não Vê Novas Perspectivas Para a Atividade Leiteira No RN.
                       O crescimento da produção foi reflexo da combinação entre melhoramento genético e alimentício do rebanho. Por dia, o RN produz cerca de 600 mil litros de leite, média que caiu para 450 mil devido ao atraso no pagamento do Programa do Leite. Deste total, cerca de 150 mil litros vai para o governo do estado; 300 mil para queijeiras (principalmente do Seridó) e 150 mil para fábricas de bebida láctea ou vendido in natura porta a porta. A cadeia produtiva do leite potiguar, segundo cálculos do Sinproleite, pode empregar até 750 mil pessoas.

A Produção do RN.

                       
O RN possui 25 mil propriedades produtoras de leite. Cada propriedade pode gerar 3 empregos diretos e 10 indiretos. Segundo dados do Sinproleite, o RN possui aproximadamente sete mil produtores de leite. Deste total, 3,5 mil vendem a produção para o governo do estado. Apesar de sua capacidade produtiva, o RN tem pequena participação na produção regional e nacional. Responde por apenas 6,18% da produção do Nordeste e 0,81% da produção do Brasil, segundo dados da Emater/RN.

                     Com uma indústria láctea pouco desenvolvida, importa leite em pó, longa vida, leite condensado e queijo fino. Segundo Acácio Brito, gestor do Projeto Leite e Derivados  e do Projeto Leite Nordeste do Sebrae/RN, o  setor enfrenta uma crise temporária. “No ano passado, uma estiagem muito rigorosa  atingiu todo o estado, principalmente as regiões mais úmidas, como Potengi e Agreste. A crise do Programa do Leite, com o atraso do pagamento aos produtores, teve um impacto muito grande na cadeia produtiva”, afirma.

Atrasando o pagamento, o governo do estado, principal comprador de leite no estado,  provocou um efeito dominó, atingindo toda a cadeia produtiva. Para não perder o leite, produtores estão procurando queijeiras e vendendo leite in natura porta a porta com o preço abaixo do praticado pelo mercado. “O atraso no pagamento é um verdadeiro Tsunami. Sai derrubando o que tem pela frente.  É duro para agüentar. Tem produtor de leite vendendo a vaca para pagar as contas e usinas fechando as portas”, diz Lirani Dantas.

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