terça-feira, 19 de julho de 2011

Zé do Carmo: Um Mestre da Arte Popular Nordestina.

Ceramista Pernambucano é Um Dos Artistas Populares de Maior Renome Nacional. Nascido Em Goiânia/Pe, Sua Arte Logo Cedo Ganhou o Mundo, Sendo Considerado “Patrimônio Vivo de Pernambuco”.
Escultor Zé do Carmo, de Pernambuco.
                    José do Carmo Souza, o Zé do Carmo, nasceu no dia 19 de dezembro de 1933, em Goiana, Pernambuco. Começou a trabalhar com o barro em 1940 quando tinha apenas 7 anos de idade. Iniciou fazendo figurinhas de barro pintadas com tinta d água, as quais levava para vender na feira de Goiana junto com as que produziam seus pais, Joana Izabel de Assunção e Manuel de Souza, que também eram artesãos. Dona Joana trabalhava com o barro e com tecido e Seu Manuel fazia máscaras em papel marche para vender aos foliões durante o carnaval. Com os pais o artista aprendeu e desenvolveu o seu ofício, mas se valeu também da observação e do autodidatismo para aperfeiçoar sua técnica e dar vazão às suas invenções. Zé do Carmo passou a ser conhecido no circuito artístico a partir de 1947. Hoje ele possui um respeitado conjunto de esculturas de cerâmica que se destacam por vários aspectos, dentre eles a originalidade. Suas peças são apreciadas em vários estados brasileiros e também em outros países.
                    No início da carreira de artista, Zé do Carmo copiava o estilo da mãe, esculpindo figuras de santos, anjos, agricultores, mendigos, carregadores de açúcar, jornaleiros, tocadores de bandolim, apanhadores de papel, dentre outras. Com a morte de Dona Joana em 1972, Zé do Carmo inaugurou uma nova fase de sua obra que chamou de “transfiguração humana”. Seus anjos se transformaram em cangaceiros; além das asas, passaram a carregar também espingarda, bornal e chapéu de couro. Dona Joana que era católica fervorosa o proibia de fazer imagens profanas. Segundo Zé do Carmo, (…) em vez de tocar harpa e lira, meus anjos tocam instrumentos do Nordeste, vestem bata do beato do sertão e têm cara de gente (…). Em 1980, durante a visita ao Recife do então Papa João Paulo II, e a pedido de Dom Hélder Câmara, criou uma escultura para ser presenteada ao Papa. Mas Dom Hélder não aprovou a escultura de um anjo com cara de cangaceiro, dizendo que aquela imagem era profana. A peça foi vetada e nunca chegou às mãos do Papa; hoje ela se encontra exposta no ateliê do artista em Goiana. Outra peça vetada pela igreja foi um Papai Noel Nordestino, de gibão, chinelo de couro e chapéu de couro, o Vovô Natalino. Isto fez o sociólogo e escritor pernambucano Gilberto Freyre escrever um artigo para o Diário de Pernambuco louvando o “bom e bravo repúdio ao Papanoelismo”.
Anjo Cangaceiro: Escultura de Zé do Carmo.
                    Zé do Carmo durante muito tempo deu aulas de modelagem com barro, além de ter trabalhado também com escultura de pedra. Segundo o artista, seus primeiros trabalhos eram muito populares, mas depois conseguiu fazer esculturas com proporções acadêmicas. Atualmente Zé do Carmo se dedica à pintura, mas do que à escultura. Desde pequeno, o desenho e a pintura sempre foram suas grandes paixões. O tema preferido das telas é o mesmo da escultura, ou seja, o anjo cangaceiro.
                     Zé do Carmo foi condecorado com o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, através da Lei estadual nº 12.196 de 2 de maio de 2002.


Contato com Zé do Carmo:
Rua Padre Batalha, 103, Centro - Goiana, PE

Um comentário:

  1. Amigo parabéns pelo post. Já que admiras e respeito do trabalho das pessoas, dê o crédito das fotos, que são minhas ALEXANDRE RIBEIRO (Goiana)alexandre_rlv@hotmail.com

    Abraço

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